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A realização de um teste ergométrico implica, necessariamente no risco do avaliado vir a manifestar algum comprometimento cardiológico. Para minimizar este risco é aconselhável uma série de procedimentos, para que seu trabalho se desenvolva com total segurança e sem o risco de sofrer sanções penais.

É importante ressaltar que durante uma avaliação com indivíduos de médio e alto risco, SEMPRE SERÁ NECESSÁRIO A PRESENÇA DE UM MÉDICO, para atender a todos os padrões de segurança. O mesmo procedimento também deve ser levado em consideração quando o protocolo empregado for de solicitação máxima.

PROCEDIMENTOS PRELIMINARES

O teste ergométrico deve ser precedido de um screening da AHA e o questionário de prontidão para atividade física – PAR-Q, para que desta forma, seja possível um levantamento das condições de saúde, eventuais riscos de comprometimento cardíaco, além do nível de condicionamento físico esperado.

Outros procedimentos de investigação de saúde incluem uma estratificação de risco coronariano (ACSM), anamnese, que deverá incluir dados da história pessoal e familiar ligados a coronariopatias e fatores de risco associados, uso de medicamentos, hábitos alimentares, histórico de tabagismo, etilismo e padrões comportamentais atuais de atividade física.

(A princípio, o guideline para testes de esforço e sua prescrição do American College of Sports Medicine apresenta um modelo contendo tudo o que é necessário para uma avaliação completa).

Um exame clínico geral contendo o registro de ECG, FC, PA, para avaliar com precisão as indicações e as possíveis contraindicações à realização do exame, também devem ser registrados.

Uma importante complementação do screening, inclui a dosagem sanguínea de fatores hemodinâmicos, como perfil lipídico completo, glicose plasmática, hemoglobina glicada, homocisteína e índice de fibrinogênio. Esses e outros marcadores bioquímicos auxiliam na detecção de risco coronariano do paciente.

Antes da realização do teste ergométrico, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (1995) recomenda que o avaliado seja orientado sobre os possíveis riscos de morbimortalidade relacionados diretamente com os procedimentos de testagem. Desta forma, Alfiere e Duarte (1993), indicam a conscientização do avaliado sobre os riscos previsíveis do procedimento de testagem, além do consentimento para a realização do mesmo. O termo de consentimento para a realização do teste ergométrico é indicado pelo ACSM (1986) e mais recentemente pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (1995). Esta última propõe dois modelos de consentimento, que devem ser assinados pelo avaliado e mais duas testemunhas.

MODELO 1:

Declaro que fui informado sobre as finalidades do exame ergométrico a que irei me submeter, estando ciente de sua forma de execução, de eventuais sintomas, cansaço e/ou anormalidades que poderão advir, consequente à aplicação do método.

 

MODELO 2:

Concordo voluntariamente a me submeter a um teste ergométrico, que tem como finalidades principais avaliar as respostas cardiovasculares e gerais, frente à aplicação de esforço físico progressivo. Este procedimento será realizado em esteira rolante ou em bicicleta ergométrica com possibilidade do aparecimento de sintomas como cansaço, falta de ar, dor no peito etc. sendo mínimas as chances de ocorrer alguma complicação de difícil controle clínico.

Indicações absolutas para interrupção de um teste ergométrico:

  1. Infarto agudo do miocárdio ou suspeita dessa ocorrência
  2. Inicio de angina moderada a grave
  3. Queda da PAS com o aumento da carga de trabalho, acompanhada de sinais e sintomas ou queda abaixo do nível de repouso
  4. Arritmias graves como bloqueio do ramo atrioventricular de 2º ou 3º grau, taquicardia ventricular mantida ou aumentando exponencialmente
  5. Sinais com pouco perfusão como; palidez, cianose, pele fria e viscosa, boca seca ou com coloração roxa
  6. Encurtamento da respiração
  7. Ataxia, vertigem, alterações visuais e da marcha, confusão
  8. Falha no monitor do ECG
  9. Avaliado pede para interromper o teste

 

Indicações relativas para interrupção de um teste ergométrico:

  1. Alterações pronunciadas na linha de base do ECG
  2. Qualquer dor torácica, especialmente se estiver aumentando
  3. Manifestações verbais e físicas de fadiga intensa
  4. Respiração sibilante
  5. Câimbras nas pernas ou claudicação intermitente
  6. PAS acima de 260mm/Hg e PAD acima de 115mm/Hg
  7. Arritmias menos graves como taquicardia supraventricular
  8. Bloqueio do ramo induzido pelo esforço que não pode ser diferenciado da taquicardia ventricular

 

CONTRA INDICAÇÕES ABSOLUTAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM TESTE ERGOMÉTRICO

  1. INSUFICIÊNCIA CORONARIANA
    • Infarto agudo do miocárdio recente
    • Angina no peito instável
    • Lesão de tronco de coronária esquerda ou equivalente
  2. VAUVULOPATIAS
    • Estenose aórtica grave
  3. DISTURBIOS FUNCIONAIS
    • Hipertensão arterial não controlada
    • Insuficiência cardíaca descompensada
    • Arritmias potencialmente graves
    • Bloqueio átrio ventricular avançados
  4. OUTROS COMPROMETIMENTOS
    • Miocardites e pericardites
    • Angina instável progressiva ou de repouso
    • Intoxicação medicamentosa
    • Limitação física ou emocional
    • Qualquer enfermidade aguda, febril, virótica, bacteriana ou grave
    • Embolia pulmonar
    • Desequilíbrio metabólicos e eletrolíticos

Fonte: Araújo, 1986 e SBC, 1995

 

Orientações previamente instruídas ao avaliado, antes da realização de um teste ergométrico

  1. Informação da data e horário da realização do teste
  2. Chegar ao local de avaliação com 20 minutos de antecedência
  3. Caso possua, trazer um ECG de repouso recente
  4. Estar 2 horas sem ingerir alimentos
  5. Evitar abusos excessivos na noite anterior
  6. Ter uma noite de sono anterior entre 6-8 horas no mínimo
  7. Evitar o uso de sedativos
  8. Evitar fumar por pelo menos 4 horas de antecedência da realização do teste
  9. Não realizar nenhuma atividade física no dia do teste
  10. Providenciar vestimenta adequada (tênis, short e camiseta)
  11. Comunicar qualquer tipo de alteração no estado de saúde nas 24 horas antecedentes à realização do teste

 

 

Referências:

  • Fernandes filho, José, 2003.
  • Marins, João Carlos Bouzas, 2004.
  • Pompeu, Fernando A.M.S, 2004.
  • Exercise testing and interpretation – A practical approach, 2005.
  • Fontoura, Andrea Silveira da, 2009.
  • ACSM’S Guideline for exercise testing and prescription, 2014.

 

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